A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou um estudo no qual alerta os impactos que o reajuste do frete poderá causar no Comércio.
No início do mês de setembro, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) divulgou a nova tabela com os valores mínimos do frete em todo o País. A medida corrige a tabela editada em 30 de maio, criada para satisfazer uma das principais exigências feitas pelos caminhoneiros no auge da greve que paralisou o Brasil por 11 dias no fim de maio.
Segundo a CNC, e com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as despesas com fretes em todo o comércio representam 10,5% de suas despesas totais. No comércio atacadista, onde as despesas com a logística de mercadorias têm uma participação maior na matriz de custos das empresas, o peso com serviços de transportes (15,4%) é ainda mais elevado. No varejo e no comércio automotivo, esses percentuais correspondem a 6,0 e 5,1%, respectivamente.
Como o comércio é uma atividade situada no fim da cadeia produtiva, este deverá sofrer direta ou indiretamente com elevação do custo do frete. Além de arcar com gastos adicionais para o escoamento de suas mercadorias, a operação do setor poderá ser impactada por repasses parciais provenientes de outros setores da economia.
Já no comércio atacadista de matérias-primas agrícolas e animais vivos, por exemplo, o frete consome 23,3% das despesas totais. De forma semelhante, destacam-se as participações desses gastos no comércio atacadista de combustíveis e lubrificantes (23,0%) e no atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo (21,3%). Segundo estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) para todo o universo de empresas comerciais, essas despesas com fretes somaram R$ 50,7 bilhões em 2017, sendo R$ 35,0 bilhões no comércio atacadista, R$ 13,6 bilhões no varejista e R$ 2,2 bilhões no automotivo.
Com o reajuste da tabela, até o fim de 2018, o comércio atacadista será o mais penalizado, devendo incorrer em gastos adicionais de R$ 689,8 milhões. O varejo e o comércio automotivo terão gastos extras de R$ 293,8 milhões e R$ 44,9 milhões, respectivamente.
Diante do atual cenário de desaceleração da demanda, dificilmente os diversos segmentos do comércio conseguirão transferir aos preços finais o custo adicional do reajuste imposto pela tabela recém-divulgada. Ainda que nenhum outro reajuste seja autorizado na tabela até o fim deste ano, o impacto dos gastos adicionais com fretes (R$ 1,09 bilhões) corresponderá a um acréscimo final de 0,6% nas despesas totais do comércio em 2018.
https://issuu.com/fecomerciose
Notícias Relacionadas
Três mil comerciários participam da caminhada da Primavera
Atividades econômicas sofrem maior baixa da história do volume de vendas
Comunicado MPT COVID-19
Pensando em internacionalizar o seu negócio? Importar?!
Carnaval deverá movimentar 40 milhões de reais na economia sergipana
Capital da Moda tem potencial de se tornar polo turístico em Sergipe
Economista destaca potencial de crescimento do comércio exterior sergipano