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Sergipanos estão mais endividados e menos inadimplentes que a média nacional

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Sergipanos estão mais endividados e menos inadimplentes que a média nacional
Sergipe se mantém relativamente melhor em termos de inadimplência, com menos famílias deixando de pagar suas contas em atraso do que no cenário nacional

O endividamento das famílias brasileiras atingiu novos patamares em agosto de 2024, como revelado pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) e analisada pelo Núcleo de Comunicação e Inteligência do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac. Os dados mostram que tanto no Brasil quanto em Sergipe, o cenário econômico continua pressionando as famílias, que enfrentam dificuldades para honrar suas dívidas. Entretanto, ao comparar os dados de Sergipe com os números nacionais, é possível identificar pontos de atenção específicos do estado, onde o endividamento e a inadimplência estão mais intensos em alguns aspectos, enquanto outros indicadores mostram uma situação relativamente melhor.

Em Sergipe, o percentual de famílias endividadas alcançou 85,5% em agosto de 2024, representando um aumento em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando esse número era de 83,6%. Este crescimento reflete um acréscimo de mais de 5 mil famílias endividadas em um ano, totalizando 175.919 lares com dívidas, um número significativo para um estado de menor porte. No comparativo com os dados nacionais, Sergipe apresenta um nível de endividamento superior à média do Brasil, que registrou 78% de famílias endividadas no mesmo período. Este dado sugere que as famílias sergipanas estão mais expostas ao crédito e ao consumo a prazo.

Comparativo com o Brasil: Sergipe tem maior endividamento

Enquanto no Brasil o percentual de endividados apresentou uma leve elevação de 77,4% para 78% entre agosto de 2023 e agosto de 2024, Sergipe experimentou uma alta mais expressiva no mesmo período. Esse aumento pode estar ligado a fatores econômicos locais, como menor renda per capita e maior dependência de crédito para o consumo, além de um cenário de desemprego que afeta diretamente a capacidade de pagamento das famílias.

Outro ponto de destaque é o perfil do endividamento. No Brasil, o cartão de crédito é a principal modalidade de dívida, com 85,7% das famílias utilizando essa linha de crédito. Em Sergipe, a dependência do cartão de crédito é ainda maior, com 98,4% das famílias endividadas utilizando esse meio. Isso demonstra uma utilização intensa do crédito rotativo, que é conhecido por suas altas taxas de juros, o que pode estar agravando a situação financeira das famílias no estado.

Inadimplência: Sergipe em situação melhor

No quesito inadimplência, ou seja, as dívidas em atraso, Sergipe apresenta uma situação menos alarmante quando comparado ao cenário nacional. No Brasil, 28,8% das famílias tinham contas em atraso em agosto de 2024, uma leve redução em relação aos 30% observados no mesmo mês de 2023. Já em Sergipe, 19,9% das famílias estavam inadimplentes, o que representa um crescimento em relação aos 18,7% do ano anterior, mas ainda assim significativamente menor que a média nacional.

Em termos absolutos, o número de famílias com contas em atraso em Sergipe passou de 38.231 em agosto de 2023 para 40.886 em agosto de 2024, um aumento preocupante de aproximadamente 2.600 lares. Apesar do crescimento, o estado continua com uma taxa de inadimplência inferior à média brasileira, o que indica uma maior capacidade de quitação das dívidas, ao menos no curto prazo. No entanto, é importante ressaltar que a dependência do cartão de crédito pode, a longo prazo, agravar essa situação se as famílias não conseguirem sair da espiral de juros altos e crédito rotativo. O presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac, Marcos Andrade, faz uma análise comparativa sobre o tema.

“A análise dos dados da PEIC em Sergipe revela que o estado apresenta uma situação de endividamento mais severa que a média nacional, com mais famílias contraindo dívidas e uma dependência maior do crédito rotativo, especialmente do cartão de crédito. Por outro lado, Sergipe ainda se mantém relativamente melhor em termos de inadimplência, com menos famílias deixando de pagar suas contas em atraso do que no cenário nacional. Contudo, o aumento das famílias que não conseguem honrar suas dívidas no próximo mês acende um alerta para o futuro, já que essa tendência pode levar a um aumento da inadimplência nos meses seguintes. Para enfrentar esse cenário, será crucial que as políticas públicas e as instituições financeiras voltem sua atenção para medidas que facilitem a renegociação de dívidas e ofereçam crédito a condições mais acessíveis, especialmente para as famílias de baixa renda, que são as mais vulneráveis a esses ciclos de endividamento”, afirmou Andrade.

Famílias sem condições de pagar dívidas: alerta aceso

O número de famílias que declararam não ter condições de pagar suas dívidas no próximo mês subiu tanto em Sergipe quanto no Brasil, mas o aumento em Sergipe foi mais acentuado. No estado, 5,2% das famílias afirmaram não conseguir quitar seus compromissos, um salto em relação aos 4% registrados em agosto de 2023. Nacionalmente, essa proporção é ligeiramente menor, com 12,1% das famílias declarando não ter condições de pagar suas dívidas, o que representa uma leve queda em relação ao ano anterior (12,7%). De acordo com o chefe de comunicação e inteligência do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac, as famílias mais pobres são as mais afetadas.

“Esse dado evidencia um desafio particular em Sergipe: a fragilidade financeira de uma parcela crescente da população. Mesmo com níveis de inadimplência menores que a média nacional, o aumento das famílias que não conseguem pagar suas dívidas pode indicar um cenário futuro de agravamento da inadimplência, especialmente entre as famílias de baixa renda, que são as mais vulneráveis a choques econômicos. Com uma economia local mais dependente do crédito para o consumo, Sergipe precisará de estratégias robustas para mitigar os impactos de um endividamento crescente e garantir que as famílias possam recuperar sua saúde financeira”, comentou.

Outro aspecto que diferencia Sergipe do Brasil é a distribuição dos tipos de dívidas. No Brasil, além do cartão de crédito, outras modalidades como carnês (15,6%) e crédito pessoal (11%) têm peso relevante. Em Sergipe, as dívidas com carnês são mais comuns, atingindo 31% das famílias, quase o dobro da média nacional. O crédito pessoal também tem um peso maior, com 18,8% das famílias endividadas nessa modalidade, em comparação aos 11% registrados no Brasil.

Esses dados sugerem que as famílias sergipanas estão mais expostas a compromissos de pagamento parcelado, que, embora possam oferecer condições de pagamento mais previsíveis que o crédito rotativo, ainda podem ser um fator de pressão nas finanças, especialmente se associados a outros tipos de dívidas.

O Sistema S do Comércio é composto pela Fecomércio, Sesc, Senac, Instituto Fecomércio e 13 sindicatos patronais em Sergipe. Presidida por Marcos Andrade, a entidade é filiada à Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que está sob o comando de José Roberto Tadros.

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