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Déficit e reflexos

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Por Márcio Rocha

O Brasil já mostrava sinais claros que neste ano passaria por dificuldades econômicas, devido aos diversos problemas que eclodiram por todos os lados do aparelho público. Estados quebrados, municípios com dificuldades para se manter e o Governo Federal registrando gastos superiores a 17 bilhões de reais, em um ano eleitoral, cuja prestação de contas foi mascarada por meio de mudanças na Meta Fiscal durante o jogo, com o time em campo.

O sinal mais claro de fraqueza econômica começou a aparecer e já mostra um número preocupante. A balança comercial brasileira registrou um desequilíbrio de US$ 2.84 bilhões de dólares apenas no mês de fevereiro. Em suma, as importações foram maiores que as exportações, prejudicando a economia brasileira nessa grande monta. O alarmante dado foi divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Há 35 anos, não se registrava uma conta tão deficitária para o Brasil com tão grande prejuízo, pois os dados são meramente nominais e não contam com a inflação periódica. Ou seja, o estrago é maior que o divulgado. Somando-se o percentual inflacionário, a conta paga pelo brasileiro ainda fica mais cara. Em números frios, as exportações somaram 12 bilhões e 90 milhões de dólares, contra as importações de 14 bilhões e 930 milhões, deixando a conta de comércio exterior do Brasil no vermelho.

Aliado ao mês de janeiro, o descenso da balança comercial já atinge a cifra de US$ 6.02 bilhões, convertidos em reais, quase o mesmo valor que o Governo Federal torrou sem dar explicação, pois conseguiu executar uma manobra que ludibriou todos os brasileiros, principalmente aqueles pagadores de tributos que são responsáveis diretamente pela conta paga. A queda nas vendas dos produtos brasileiros no exterior implica em ações de combate à evasão de receita para o comércio brasileiro no contexto geral. O fortalecimento das câmaras de comércio exterior é uma alternativa para a situação que tende a provocar um efeito dominó em vários setores. Falta um mecanismo que possa dar a garantia de realização de negócios pelo empresariado nacional, por parte do governo.

A situação deverá piorar ainda mais um bocado, o aumento absurdo que foi registrado nos combustíveis, para pagar aquela conta inicial dos 17 bilhões incinerados pelo Governo Federal, provocou paralisações de caminhoneiros em todas as regiões do país. A insensibilidade no momento de crise irá gerar ainda mais prejuízos para a população. O reflexo direto do desajuste fiscal e econômico brasileiro está sendo sentido no bolso do trabalhador quando vai ao supermercado, quando suas contas chegam a sua casa e ao perceber que está nitidamente perdendo poder de compra.

Deixam sobre as costas do empresariado as novas contas do auxílio doença, além das taxações majoradas pelo custo do trabalhador. Com a política tributária praticada de forma insana contra o empresariado, empregos deverão desaparecer, junto com a receita evadida do comércio. O presidente da Federação do Comércio (Fecomércio) de Sergipe, Laércio Oliveira, lembra que a carga tributária e a alta burocracia são os grandes entraves do empresário. Mais empregos poderiam ser gerados se não houvesse tanta problemática para manter as empresas, principalmente as micro e pequenas, que são as maiores geradoras de postos de trabalho no país.

Ricocheteando entre o déficit comercial e os problemas com a política tributária para as empresas, vem as dívidas familiares. O brasileiro está buscando pagar suas pendências, mas até quando conseguirá? De acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC) atualmente, são 17.5% das famílias brasileiras com dívidas, um número que está em queda de 0.3% em relação a janeiro. Contudo, não há mais a renda extra que o brasileiro tem no período interstício entre um ano e outro. Vilões como os juros de cartões de crédito responsável por mais de 70% das dívidas, continuarão afligindo a população.

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