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Osmar Terra: “O coronavírus não respeita decreto de Governo”

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Na tarde desta quinta-feira, 7, o ex-ministro e deputado federal Osmar Terra participou de uma videoconferência realizada por entidades empresariais sergipanas com o intuito de falar sobre formas de combate ao coronavírus. Terra, um dos maiores críticos da tática de isolamento adotada no País, manteve o discurso e disparou: “A quarentena vai quebrar a economia e não tem eficácia nenhuma contra a pandemia”.

Para Osmar Terra, a maneira que está sendo conduzido o combate ao vírus é equivocada. Ele entende que faltam informações científicas que comprovem a efetividade da quarentena ou do lockdown – que é quando se fecham totalmente as empresas e se proíbe a circulação de pessoas. “Não sabem que é muito mais fácil de se contaminar dentro de casa do que fora. Todos os países que tomaram essa decisão radical tiveram um resultado horroroso”, defendeu.

“A Itália explodiu o número de casos depois que impôs o lockdown. Fecharam Nova Iorque em estado de sítio. Na Europa, a Suécia teve um resultado muito melhor sem fechar nada e tomando os cuidados individuais. Estamos em um movimento completamente irreal, que não resolve nada. Não tem nenhuma comprovação científica. Isso não é ciência, é achismo”, criticou.

A explicação para isto seria o fato de que o vírus circula em uma quantidade muito maior do que a de casos que são notificados. Com isso, um doente assintomático e que está recluso em casa poderia contaminar os demais parentes. Terra esclareceu ainda que, quando for permitida a retomada das atividades, os casos voltariam a aumentar, uma vez que a população não adquiriu imunidade à doença. “O vírus não respeita decreto de Governo”, afirmou.

“Quando se analisa a curva da epidemia se vê que é padrão ao que se registrou com outros vírus. A pandemia vai seguir. O vírus não dá bola para decreto de governador. Quando ele chegar no pico, irá cair a quantidade de infectados. Se suspender a quarentena e adotar as medidas de prevenção, não alterará a curva. Os casos irão aumentar com quarentena ou sem quarentena. Mas se reabrirmos o comércio, pelo menos não iremos quebrar a nossa economia”, ponderou.

O caminho correto a se seguir seria então a testagem massiva da população. “Na Coréia do Sul, eles não fizeram lockdown e sim foram atrás do vírus através da testagem. Quando o sujeito era contaminado, iam em busca de todos que tiveram contato com ele nos últimos 14 dias e faziam novas testagens. Vale cada centavo que se gasta com exames, pois é possível paralisar uma rede de contaminação”, completou o deputado.

Dificuldades econômicas
O ex-ministro lembrou a quebra na economia que esta crise pode causar e alertou que as consequências podem durar muito tempo. Terra disse que a população é quem sofrerá esses efeitos, principalmente quando o resultado econômico da quarentena e do lockdown é a extinção de postos de trabalho e a falência de empresas– o que trará ainda mais problemas para todos.

“Acredito que a maior parte do povo está sofrendo com isso. E irá sofrer ainda mais quando a quarentena acabar e tiver que voltar a trabalhar e perceber que não tem mais emprego. A grande maioria da população está passando fome, passando necessidade. Se não fosse essa ajuda do Governo Federal, a maioria dos trabalhadores estaria em grande dificuldade”, lembrou.

A videoconferência foi conduzida pelo presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac em Sergipe, Laércio Oliveira, e pelo presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae e da Acese, Marco Pinheiro, que fizeram perguntas e também contribuíram com comentários. O debate teve o apoio da Acese, CDL, FCDL, FIES, Sistema Faese/Senar, Setransp, Sescap, Fórum Empresarial de Sergipe, ABIH, Abrasel, Fenen-SE, Assedis, Asseop e Movimento Brasil 200.

Terra destacou ainda a importância da iniciativa privada no combate ao vírus e sugeriu que os empresários contribuíssem com a realização de exames. “A sugestão que eu tenho para Sergipe, até pelo tamanho do Estado, é buscar esses testes. As empresas testando seus funcionários e o Governo testa os servidores e a população. Os empresários podem comprar testes, o Governo e as prefeituras também e ir atrás do vírus. É uma ação mais importante que qualquer quarentena”, revelou.

O presidente da Fecomércio, deputado federal Laércio Oliveira, concorda com essa tese. “O Governo precisa chamar a iniciativa privada e as associações para buscar parcerias e para distribuir com todos esses organismos a responsabilidade. Se o Governo abrir o shopping, há uma corresponsabilidade para adoção de medidas para o funcionamento, por exemplo”, afirmou.

Osmar Terra garantiu que é viável retornar ao trabalho, desde que se adotem as medidas de segurança necessárias. “Podem reabrir, mas desde que as lojas tomem todos os cuidados, que as pessoas usem mascara, álcool gel e todos os cuidados individuais. Toda vez que vai no supermercado o risco é o mesmo. Tem que ter um protocolo. Se uma empresa não seguir o protocolo, fecha”, avalizou.

Marco Pinheiro, presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae e da Acese, também entendeu que o comércio e as empresas estão prontos para voltar às atividades normalmente. “Sabemos da seriedade dessa doença, mas se todos tomarem os cuidados podemos sim retomar a normalidade. São as mesmas condições de abrir o pequeno negócio assim como abriram os grandes supermercados e tantos outros empreendimentos. Acredito que a ideia do apoio à testagem de funcionários com o custo pelas empresas seja uma forma de contribuir no controle da pandemia e combate ao Coronavírus”, finalizou Pinheiro.

Por Daniel Soares

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